sexta-feira, 20 de março de 2009

Um novo começo 4

Capítulo 4

Passou as ultimas aulas pensando em todas as descobertas que havia feito a respeito de Gui. Ele a intrigava bastante. E Laura também estava perceptível a tudo, ela sabia de toda a história, mas Joan não queria parecer desesperada e resolveu parar de perguntar sobre ele.

Olhou para Laura enquanto desciam as escadas. Ela era uma garota de aparência doce mas amadurecida. Era observadora a princípio e quieta, deu pra perceber que ela não tinha muitos amigos. Se a intenção de Joan fosse ficar popular, com certeza não seria ao lado dela. Mas não pensava nisso naquele momento. Sua intenção com Laura era das melhores. Queria uma amiga e era isso que parecia ter, pelo menos a princípio.

Na sua antiga escola todos se falavam, eram amigos. E os alunos novos eram sempre bem recebidos. Mas não queria pensar no passado. Pois entre essas coisas boas havia fatos a serem esquecidos.

Viu Gui perto da portaria acenando para ela.

Ela responde acenando e se aproxima dele juntamente com Laura.

- Olá Joan, vamos?

- Vamos onde? Ficou intrigada com a abordagem de Gui.

- Não se lembra de quando eu disse que esperaria você?

- Não. Você disse isso quando?

- No pátio, eu disse até depois! Não se lembra?

- Ah! Agora lembro. “mas jamais achei que você me esperaria” disse em pensamento. Mas aonde vamos?

- Vou te levar até em casa. Diz Gui.

- Joan, eu já estou indo. Não quero chegar muito tarde. Até amanhã.

- Tchau. Foi bom te conhecer. Agradece Joan com um sorriso. Obrigada.

- Eu digo o mesmo. Tchau. Diz Laura virando-se e seguindo.

Mesmo com o contratempo que houve no pátio, Joan sentia que Laura era uma boa amiga, em quem se podia confiar. Esperava que seus instintos não tivessem errados.

Ela se virou e foi.

- E o seu irmãozinho, como está? Fala Gui após Laura os deixar a sós.

- Ele está no Jardim de Infância agora. Está bem, Graças a Deus.

- E você está melhor?

- Estou, mas vai demorar um pouco para me adaptar.

- Você se mudou recentemente... Lembrei-me.

- Eu vim do interior do estado.

- Nossa, mas você não tem sotaque algum, parece que nasceu aqui na capital! Fala Gui surpreso.

- Meus pais são da cidade, eles trabalhavam aqui, mas iam para lá no fim de semana.

- Então você ficava sozinha lá? Neste momento eles ajeitam as mochilas e seguem caminho, ainda falando.

- Nada! É uma história longa. Eu tinha vários parentes lá. Nunca estava sozinha. Sempre havia alguém ao meu lado... Neste momento ela fala com certa tristeza. Mas por várias razões eu tive que vir pra cá.

- Gostaria de ouvir estar razões.

- Uma garota me disse que você é tão tímido na escola, porque comigo você não é assim tímido? Desconversa ela.

- Sei lá! Você é diferente.

- Ta me dizendo que eu sou estranha?

- Não! Não é isso não!

- Então é o quê? Ela indaga nervosa.

- Que tal tomar um sorvete? Aproveitou ele, já que passavam em frente à sorveteria.

- Espertinho! Aceito.

Seguiu em direção a sorveteria. A mesma onde havia tomado sorvete com seu irmão Tales.

- Oi! Como vão? Disse a atendente simpática.

- Oi, dois sorvetes, por favor!

- Eu quero de Açaí. Falou Joan.

- Eu quero de morango.

A atendente olhou para os dois e, em seguida, virou-se para pegar os sorvetes.

- E cobertura de quê?

- de chocolate para mim. Falou ela.

- E eu de nozes.

“Pediu o mesmo que o Tales, que coincidência” pensou ela.

- Ele também é seu irmão? Perguntou a atendente do balcão com o mesmo sorriso simpático da última vez em que ela esteve ali. Como se lembrasse dela.

- Não.

-Então ele é seu namorado?

Os dois se entreolharam, ele abaixou a cabeça, com as bochechas avermelhadas e sem ter o que dizer.

- Não! Nós só somos amigos. Ela falou em alto som chamando a atenção de todos.

Todos olharam para eles em silencio pra ver quem estava gritando. Pequenos comentários do tipo “mas até que eles combinam...”, “ela é bonitinha” podiam ser ouvidos no meio do burburinho ali.

Eles saíram da sorveteria cheios de vergonha, cada um com seu sorvete na mão e em silêncio.

- Gui, eu já vou. Minha casa é perto daqui, posso ir sozinha.

- Não! Eu vou contigo até em casa. Disse que te levaria em casa e vou levar. Gui estava feliz, pois viu que aquela Joan chorona havia sumido. Mal a conhecia, mas sentia algo especial próximo a ela.

- Ta, se você quer assim... Consente Joan.

Ele fez como disse que faria, a levou até em casa.

- Eu já cheguei Gui, muito obrigada.

- Eu que agradeço... A esta hora eu estaria em casa sem nada pra fazer...

- Mas Gui, você não está namorando?

Ele ficou em silencio por um minuto.

- Estava... Responde ele com um olhar vago.

- Ah... Respondeu Joan com um olhar baixo. Não sabia se ele estava triste ou feliz por ter terminado, mas no fundo sentia que ele estava aliviado. Será que ele estaria disposto a enfrentar um novo relacionamento? Ah, que pensamento mais besta! Até parece que ele depois de ter aparentemente sofrido tanto tentaria arriscar de novo. Mas no que ela estava pensando? Ela não estava em condições de namorar também, mas parecia que estava melhorando, toda aquela distancia daqueles acontecimentos estava fazendo bem a ela. Conhecer novas pessoas, na verdade, no fundo ela sabia que era Gui que a fazia sentir-se melhor, desde aquele apoio na praça, até ele leva-la em casa como em ele estava fazendo, ali parado, o sol de meio-dia quente, porém gostoso, uma leve brisa em sua pele, o longo rabo de cavalo de Joan sendo jogado de um lado para o outro, crianças brincando nos quintais, isso era perfeito, mas era cedo demais para dizer...

Ele a olha nos olhos

Ela deu um breve sorriso, mas não sabia como cumprimentá-lo. Meio sem jeito aproximou-se do rosto dele o beijou... Na bochecha.

Ele se virou e foi para casa, acenando para ela de longe.

- Até que não foi ruim... Parece que tudo está voltando aos seus eixos... Esqueci de dar o telefone a ele! Diz Joan batendo a porta.

- Ele quem? Entra a mãe de Joan, Alenne, na sala. Aliás, você recebeu ligação.

- Quem ligou? Eu não dei meu telefone a ninguém, a não ser que seja da direção da escola pedindo alguns documentos...

- Não era. Era do interior. O Ronie. Ele quer falar com você.

- O Ronie? Não acredito! Logo agora?!!

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